Os Projetos Cine Quilombola e Cinema de Griô nascem a partir do desejo de estabelecer uma correspondência entre comunidades quilombolas por meio do cinema.
Esse desejo toma a forma de oficinas de cinema em quilombos do Espírito Santo que realizam curtas-metragens e produzem sessões públicas de exibição desses filmes nas comunidades em que foram feitos.
Em cada quilombo se formou um pequeno grupo, que durante três ou quatro dias trabalhou junto a nossa equipe para captar as imagens e sons que vão dar origem aos filmes.
Os filmes não partem de um roteiro prévio, mas de exercícios de criação propostos por nós, que podem ser a escrita de cartas, a contação de sonhos, etc… A partir do que cada pessoa traz de história, de memória, de invenção nasce o rumo do filme.
A figura de um diretor é dissolvida, existe um investimento e uma crença nesse modo comunitário de tomar as decisões, de exercitar a criação.
A metodologia parte de alguns princípios que têm origem no projeto Revelando os Brasis e na Pedagogia do Dispositivo. “Qualquer pessoa é capaz de contar a sua própria história através do cinema” a partir de uma tecnologia que dispara processos criativos desviando da ideia da produção de imagens como representação. Na lateralidade da troca de saberes entre uma equipe de cinema e moradores de uma comunidade quilombola, construímos um filme.
As oficinas nas comunidade quilombolas contam com a participação e orientação de uma equipe de cineastas e pesquisadoras do campo audiovisual, entre elas, Mariana de Lima, Cintya Ferreira, Marcia Medeiros e Beatriz Lindenberg.
Marcia Medeiros é Mestre em Cinema pelo PPGCine-UFF. Trabalha na área de audiovisual desde a década de 90 como diretora e editora. Editou diversas séries para a TV como “Vítimas Digitais” e “Liberdade de Gênero” (de João Jardim – GNT), “The Voice Kids” (Rede Globo), “Que Marravilha!” (GNT). Como diretora, dirigiu as séries “O Bom Jeitinho Brasileiro” (Canal Futura), “Capoeira no Mundo” (TV Brasil) e “Globo Ciência” (Rede Globo). Dirigiu e editou videoclipes e video-artes sobre diversos artistas como Pedro Luís, Anna Ratto, Carlos Zilio e Anna Bella Geiger. É colaboradora em diversos projetos formativos de interlocução entre Cinema, Educação e Práticas de Cuidado: “Redução de Danos – Um Olhar de Dentro” (Ministério da Saúde ); “Revelando os Brasis” – (Petrobras e Instituto Marlin Azul – 2004 a 2018); Curta Vitória a Minas (Instituto Cultural Vale e IMA – 2016 a 2024) e Cinemar (Casa Jangada).
Cintya Ferreira é formada em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e mestra pelo PPGCine/UFF com a dissertação “Filho da Lua: Zózimo Bulbul e as aproximações entre Compasso de Espera e Alma no Olho” . Trabalha com montagem e já editou para portais jornalísticos e para curtas-metragens independentes. Compõe o Laboratório Kumã e desde 2020 coordena grupos e oficinas de experimentação audiovisual com alunos e professores da rede básica. Integrou o núcleo de educação da 13ª e 14ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos.
Mariana de Lima fez graduação em Cinema pela UFF, onde é menstranda pelo PPGCine. Tem interesse nas relações entre a criação de imagem e políticas comunitárias. Integra a Associação Mulheres Coralinas, na Cidade de Goiás, e mantém vínculo com o Laboratório de Pesquisa e Experimentação em Imagem e Som (Kumã), do Rio de Janeiro. A equipe de oficineiras se completa com a participação da coordenadora do Instituto Marlin Azul, Beatriz Lindenberg, responsável pela criação e o desenvolvimento de projetos sociais de formação, produção, difusão e inclusão audiovisual em parceria com comunidades tradicionais e junto a estudantes de escolas públicas.
Beatriz Lindenberg, sócia-fundadora e coordenadora do Instituto Marlin Azul, responsável pela criação e desenvolvimento de projetos de formação, produção e difusão audiovisual em parceria com comunidades tradicionais, pequenas cidades e junto a estudantes de escolas públicas, entre eles o Revelando os Brasis, Projeto Animação/Ponto de Cultura Animazul, Curta Vitória a Minas, Cine Quilombola/Cinema de Griô. Formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Ufes, com pós-graduação em Cultura e Educação na Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais, Flacso/Brasil.
A primeira edição do Cine Quilombola foi realizada em 2021, no sul do Espírito Santo, e resultou nos seguintes documentários: “Do Lado de Cá”, da Comunidade Quilombola de Graúna (Itapemirim); “Vamos Em Batalha”, das Comunidades Quilombolas de Cacimbinha e Boa Esperança (Presidente Kennedy); “Era Caminho Deles”, da Comunidade Quilombola de Pedra Branca (Vargem Alta); “Ninguém Canta Igual Eu Canto”, da Comunidade Quilombola de Monte Alegre (Cachoeiro de Itapemirim).
Em 2023, o projeto ampliado recebeu o nome de Cinema de Griô e se estendeu para o Território Quilombola do Sapê do Norte, em Conceição da Barra, culminando na produção dos filmes “O Vento Não Tem Morada”, das Comunidades Quilombolas do Córrego do Alexandre (Porto de São Benedito), Porto Grande e Santanta; “Abre Caminho”, da Comunidade Quilombola do Angelim II; e “Jangolá”, da Comunidade Quilombola do Linharinho.
No ano seguinte, em 2024, numa nova edição do Cine Quilombola, a Comunidade Quilombola do Linharinho, no norte do estado, voltou a se reunir, desta vez para transformar em filmes histórias guardadas durante os sonhos. O encontro deu origem aos curtas-metragens “Sonhos” e “Comadres”.
O Cine Quilombola e o Cinema de Griô são projetos do Instituto Marlin Azul.
Acesse o site institutomarlinazul.org.br e conheça outros projetos.
Os Projetos Cine Quilombola e Cinema de Griô nascem a partir do desejo de estabelecer uma correspondência entre comunidades quilombolas por meio do cinema.
Esse desejo toma a forma de oficinas de cinema em quilombos do Espírito Santo que realizam curtas-metragens e produzem sessões públicas de exibição desses filmes nas comunidades em que foram feitos.
Em cada quilombo se formou um pequeno grupo, que durante três ou quatro dias trabalhou junto a nossa equipe para captar as imagens e sons que vão dar origem aos filmes.
Os filmes não partem de um roteiro prévio, mas de exercícios de criação propostos por nós, que podem ser a escrita de cartas, a contação de sonhos, etc… A partir do que cada pessoa traz de história, de memória, de invenção nasce o rumo do filme.
A figura de um diretor é dissolvida, existe um investimento e uma crença nesse modo comunitário de tomar as decisões, de exercitar a criação.
A metodologia parte de alguns princípios que têm origem no projeto Revelando os Brasis e na Pedagogia do Dispositivo. “Qualquer pessoa é capaz de contar a sua própria história através do cinema” a partir de uma tecnologia que dispara processos criativos desviando da ideia da produção de imagens como representação. Na lateralidade da troca de saberes entre uma equipe de cinema e moradores de uma comunidade quilombola, construímos um filme.