— Antigamente não existia muitas fontes de água. Então, eles faziam grande buracos que se chamavam cacimbas. Eu ouvi de uma amiga que foi o avô dela que batizou esse nome
— Batalha, o sobrenome da minha avó, vem do tempo dos escravos.
— O sobrenome Batalha ficava mais bonito, mas eles resolveram homenagear um presidente lá dos Estados Unidos
— Antigamente não existia muitas fontes de água. Então, eles faziam grande buracos que se chamavam cacimbas. Eu ouvi de uma amiga que foi o avô dela que batizou esse nome
— Aqui em Cacimbinha tem jongo, capoeira e boi pintadinho.
Os Projetos Cine Quilombola e Cinema de Griô nascem a partir do desejo de estabelecer uma correspondência entre comunidades quilombolas por meio do cinema.
Esse desejo toma a forma de oficinas de cinema em quilombos do Espírito Santo que realizam curtas-metragens e produzem sessões públicas de exibição desses filmes nas comunidades em que foram feitos.
Em cada quilombo se formou um pequeno grupo, que durante três ou quatro dias trabalhou junto a nossa equipe para captar as imagens e sons que vão dar origem aos filmes.
Os filmes não partem de um roteiro prévio, mas de exercícios de criação propostos por nós, que podem ser a escrita de cartas, a contação de sonhos, etc… A partir do que cada pessoa traz de história, de memória, de invenção nasce o rumo do filme.
A figura de um diretor é dissolvida, existe um investimento e uma crença nesse modo comunitário de tomar as decisões, de exercitar a criação.
A metodologia parte de alguns princípios que têm origem no projeto Revelando os Brasis e na Pedagogia do Dispositivo. “Qualquer pessoa é capaz de contar a sua própria história através do cinema” a partir de uma tecnologia que dispara processos criativos desviando da ideia da produção de imagens como representação. Na lateralidade da troca de saberes entre uma equipe de cinema e moradores de uma comunidade quilombola, construímos um filme.