— Eu sinto que eu tenho sangue do quilombo, graças a Deus. Eu tenho o sangue deles. Meus bisavós, meus tataravós, mas até agora eu não sei o que vem a ser o quilombo mesmo de verdade

Comunidade Quilombola de Pedra Branca

Vargem Alta - ES

— Nós temos um grupo de caxambu que tem várias crianças que participam. E isso nos deixa muito feliz.

“No tempo do cativeiro
Quando o senhor me batia
No tempo do cativeiro
Quando o senhor me batia
Eu gritava por nossa senhora, meu Deus
O chicote comia”

— Era dentro do mato e distante. Lá não tinha vizinho, não tinha ninguém. Meu esposo, ele trabalhava na firma. Ele tinha que trabalhar dia e noite fazendo serão. E eu ficava lá, eu e eles, e Deus.

— Quando eu era criança, eu trabalhava na roça com meus pais. Nós conversava muito. Era tão bom conversar com minha mãe.

Oficina - Pedra Branca, 29 de Abril a 1o de Maio 2022

— Nós temos aqui pessoas que gostam de estar sempre inovando e conhecendo as diversas belezas que no mundo tem.

Lançamento - Pedra Branca, 14 de Novembro de 2022

Os Projetos Cine Quilombola e Cinema de Griô nascem a partir do desejo de estabelecer uma correspondência entre comunidades quilombolas por meio do cinema.

Esse desejo toma a forma de oficinas de cinema em quilombos do Espírito Santo que realizam curtas-metragens e produzem sessões públicas de exibição desses filmes nas comunidades em que foram feitos.

Em cada quilombo se formou um pequeno grupo, que durante três ou quatro dias trabalhou junto a nossa equipe para captar as imagens e sons que vão dar origem aos filmes.

Os filmes não partem de um roteiro prévio, mas de exercícios de criação propostos por nós, que podem ser a escrita de cartas, a contação de sonhos, etc… A partir do que cada pessoa traz de história, de memória, de invenção nasce o rumo do filme.

A figura de um diretor é dissolvida, existe um investimento e uma crença nesse modo comunitário de tomar as decisões, de exercitar a criação.

A metodologia parte de alguns princípios que têm origem no projeto Revelando os Brasis e na Pedagogia do Dispositivo. “Qualquer pessoa é capaz de contar a sua própria história através do cinema” a partir de uma tecnologia que dispara processos criativos desviando da ideia da produção de imagens como representação. Na lateralidade da troca de saberes entre uma equipe de cinema e moradores de uma comunidade quilombola, construímos um filme.